Neste dia de danças de sombras!
Fico-me…
Assim… deitada no chão frio e gelado
onde pisaste com teus pés de veludo
e adormeço a um canto da sala
em busca de ti no meu sonho!
Metade de mim clama o teu nome
a tua pele na minha
a língua dos teus desejos
que sem pudor atravessam o meu corpo!
E a outra metade…
afasta-te as mãos macias
que me provocam os arrepios
quase sempre sentidos em sussurros sem eco!
Larga-me…
…ou ama-me!
Em súplica te peço que rasgues
a maldição da vida, que está cravada no peito
e que me deixes chorar pelos dias
sombrios da existência que ficou à margem
dos meus sonhos!
Faz-te flor em mim,
neste semear balançado no vento
e verga-me aos teus desejos!
Assim, aqui e agora…
… neste segundo que me cega os olhos
mostra-me de que matéria efémera é feita
a palavra sagrada que guardas na alma
que me aquece em delírios de encantar
quando o meu corpo respira no teu
e a minha boca se alimenta de ti!